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Casa própria em tempos de coronavírus

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Mesmo que o preço do aluguel que seja igual ao valor da prestação, ainda é mais vantajoso investir em uma moradia popular conveniada a programas com subsídios federais e estaduais

Reportagem: Lorena Lázaro - Comunicação Sem Fronteiras 

15 de junho de 2020

 

A pesquisa Fipe Zap divulgada em 2019 mostrou que o aluguel mais barato de Goiânia pode sair entre R$ 615 e R$765, para uma residência de 60 metros quadrados em bairros menos consolidados. Mesmo sendo uma das capitais com menor preço de aluguel do País, o gasto médio ainda é muito alto para as famílias goianienses, principalmente, levando em consideração o rendimento domiciliar per capita de Goiás, que em 2017 ficou em R$ 1.277, segundo dados mais recentes da Pnad Contínua, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Dentro de um contexto de pandemia, muito se discute sobre o que é, ou não essencial, e a tranquilidade de ter uma casa própria alivia parte da tensão do momento de incerteza. É no que acredita a pedagoga Valdicleia Mota da Silva, 40. Quando ela  pegou as chaves do seu primeiro apartamento em outubro de 2019, não imaginava que em breve, estaria em uma situação bem mais confortável que boa parte dos brasileiros que enfrentam dificuldades para as despesas básicas. “Sei de pessoas que perderam renda e o aluguel é uma gasto muito pesado. Um dinheiro sem volta. É reconfortante saber que neste momento, tenho a tranquilidade de conseguir honrar com esse investimento”, declara. 

Moradora da primeira etapa do conjunto popular, Residencial Porto Dourado, localizado na região sudeste de Goiânia,  ela saiu de um aluguel de mais de R$ 1000, para assumir uma parcelas de cerca de R$ 400, diferença que impactou diretamente na qualidade de vida dela e da família. “Morar no que é nosso não tem preço, além disso, aqui é muito tranquilo, uma paz”, explica ela, que por causa do isolamento social imposto pela pandemia do coronavírus, está trabalhando de casa, onde passa todo o dia ao lado dos dois filhos adolescentes e do marido, que está aposentado. 

A diretora comercial do correspondente bancário Credikhasa, Maria Amélia Alves e Silva, especialista em empreendimentos populares, explica que não há dúvidas, de que quem já fez a aquisição do imóvel, está mais seguro neste momento. “É importante lembrar que a Caixa, nos casos dos programas habitacionais, ainda ofereceu prorrogação das parcelas das famílias como ajuda emergencial”, explica ela que também lembra, que ao financiar um imóvel, ele também está amparado por um seguro de vida. Recentemente a Caixa ampliou a pausa nos contratos antigos de habitação para três meses, podendo ter mais prorrogação. Para os novos contratos o período será de seis meses de carência. Segundo a instituição, até meados de maio, cerca de 2,3 milhões de pessoas aderiram.

Maria Amélia esclarece que mesmo que o valor da parcela supere um pouco o valor do aluguel, é um bom negócio porque gera segurança para toda família, principalmente nesses momentos de crise.  É o caso da diarista  Maria Divina de Souza, de 58 anos, e também moradora da primeira etapa do Residencial Porto Dourado. O valor final da parcela dela ficou um pouco superior ao que ela pagava de aluguel, R$ 400 em dois cômodos no Veiga Jardim, por causa da idade que diminui o tempo do financiamento. Mas a qualidade de vida dela aumentou em razão de tudo o que o empreendimento oferece a ela e sua família.

“Aqui é muito bom. Meus netinhos sempre visitam e aproveitam bastante a área de lazer, o parquinho e a piscina”, detalha. Ela comemora também o fato de não ter perdido seus clientes durante a pandemia e também do marido ter mantido o emprego. “A gente fica pensando que é abençoado”. 

Maria Divina  lembra que se inscreve desde 2009 nos programas habitacionais do Governo Estadual  e teve a sorte de ser contemplada com o Porto Dourado, onde se sente muito grata por morar. “Mas morar no que é meu é a realização do sonho de uma vida inteira."

Dividido em três etapas, o Porto Dourado está sendo construído pela Vila Brasil Engenharia, empresa do Grupo Toctao, em parceria com o Governo Federal, através do programa Minha Casa Minha Vida, e do governo estadual com convênios da Agehab. A primeira etapa, onde mora Valdicleia e Maria Divina moram, entregou 496 unidades.  

No total, o Residencial Porto Dourado vai entregar 1.408 apartamentos até o final do projeto. São apartamentos de dois quartos, banheiro, sala de jantar e cozinha conjugadas e área de serviço e uma vaga de garagem. Além disso, cada etapa conta com uma completa área de lazer com piscinas adulta e infantil, churrasqueiras,  academia de ginástica, fit wall, academia ao ar livre,  salão de festas, sauna, brinquedoteca, playground, e  área de convivência.

Para a última etapa, que está em fase de análise de documentação, foram disponibilizados 416 apartamentos, para famílias com, no mínimo, duas pessoas e podem ganhar até dois subsídios para realizar o sonho da casa própria e sair do aluguel. Com o incentivo de R$15 mil do Governo Estadual, pela Agehab, e do Governo Federal, pelo Programa Minha Casa Minha Vida, o valor total do benefício pode chegar a R$ 38,2 mil. Os interessados devem se inscrever pelo aplicativo “Vila Brasil”.  

 

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