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Construção civil se torna um dos pilares para retomada do emprego durante pandemia

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Setor foi responsável por gerar um saldo positivo de 6.774 vagas de emprego entre janeiro e agosto deste ano, conforme dados do Caged. Número é baseado na balança entre admitidos e demitidos. Agosto foi o melhor mês do ano. 

 

Luiz Fernando Rodrigues - Comunicação Sem Fronteiras

27 de outubro de 2020

Apesar da crise provocada pelo novo coronavírus, os dados publicados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que o setor da construção civil está em recuperação em Goiás, já que foram registradas a criação de 2.143 vagas de trabalho somente no mês de agosto, o segundo melhor desempenho entre os setores econômicos, ficando atrás apenas da indústria, que gerou 2.435 postos de trabalho no período. A construção civil foi responsável por gerar um saldo positivo acumulado de 6.774 vagas de emprego em Goiás entre janeiro e agosto deste ano, conforme dados do Caged.

Apesar de o Estado ainda estar passando pela pandemia do novo coronavírus, o desempenho foi o melhor do ano, acima do saldo de 1.816 registrado em junho. O pedreiro Waldsson Correa Santiago, 35, é um dos profissionais que tem fortes motivos para comemorar. Ele foi um dos trabalhadores contratado durante o mês de agosto. Após ficar desempregado em novembro do ano passado, ele passou a ser trabalhador autônomo na construção civil, atuando, principalmente, no assentamento de cerâmicas e reboco. “Apesar de não ter ficado parado durante a pandemia, emprego com carteira assinada nos permite ficar mais tranquilos e ter a garantia de que teremos o salário todos os meses”, diz o pedreiro que atua há nove anos na construção civil.

Waldsson foi um dos mais de 58 mil trabalhadores que ocuparam as vagas criadas, de janeiro a agosto de 2020, na construção civil em todo país. Destes, mais de 9 mil foram admitidos apenas na MRV, companhia onde Waldsson foi contratado. “Ter essa oportunidade é importante porque quando trabalhamos como autônomo, não sabemos se teremos algum serviço para amanhã, por exemplo, o que tira o sono quando se tem uma família para cuidar”, destaca o pedreiro, que mora com a esposa e dois filhos, de 4 e 9 anos.

O montador de forma Elton Pinheiro de Andrade é outro exemplo, após ficar três meses sem a carteira assinada, retornou aos trabalhos na construção civil em outubro em uma obra da MRV. “Durante esse período, fiquei fazendo algumas diárias na construção, mas a carteira de trabalho assinada dá garantias de ter um salário reservado no final do mês”, destaca o montador que trabalha desde 2008 na construção civil e celebra a conquista do novo emprego neste momento em que está esperando o primeiro filho.

O encarregado de obras, Cícero Januario de Lima, de 54 anos, também está satisfeito após a conquista do novo emprego em uma das obras do Grupo Toctao em Goiânia. Ele foi admitido no início de setembro após ficar mais de dois anos sem contratação formal, fazendo somente “bicos” na construção civil, conforme explica o profissional que tem quase 40 anos de experiência. “As coisas já estavam um pouco difíceis e a pandemia agravou a situação para mim. Eu estava desanimado do setor da construção e trabalhei nos últimos meses como motorista de aplicativo e abri uma hamburgueria, mas não estava indo bem. Quando eu soube da vaga na Toctao decidi tentar e me surpreendi com o resultado. Agora voltei a fazer o que realmente gosto”, conta o profissional. 

Novas vagas

Para o presidente da MRV, Rafael Menin, a movimentação apresentada pela plataforma de soluções habitacionais, mesmo enfrentando uma crise de saúde pública sem precedentes, mostra que a construção civil é primordial para a retomada econômica do país. “O Brasil tem, hoje, 14,3% de desempregados, o que significa mais de 13 milhões de habitantes sem ter uma renda, e a geração de empregos do nosso setor faz total diferença nesses números”, acrescenta Menin.

Segundo o diretor de produção da MRV em Goiás, Raphael Paiva, a expectativa é de que os números melhorem ainda mais nos próximos meses com a retomada gradual das atividades comerciais. “Inclusive, temos a expectativa de fazer novos lançamentos em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis nos próximos meses, o que gera ainda mais demanda de mãos de obra para a construção”, detalha Paiva.

A coordenadora administrativo de Pessoal do Grupo Toctao, Marilene de Oliveira, avalia que as perspectivas para os próximos meses são boas e que devem haver novas contratações de acordo com a necessidade das obras. A empresa tem no momento quatro obras em andamento na cidade e contratou diretamente, só no último mês de setembro, o total de 18 novos profissionais.

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encarregado de obras, Cícero Januario de Lima

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pedreiro Waldsson Correa Santiago

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