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Com número grande de funcionários de outros países, principalmente do Haiti, a GPL Incorporadora está adotando cartazes e anúncios em outras línguas para facilitar a comunicação. Iniciativa tem como objetivo reduzir possibilidades de acidente no trabalho
Luiz Fernando Rodrigues - Comunicação Sem Fronteiras
28 de abril de 2022
A distância entre o Brasil e o Haiti é de mais de 4.600 km, mas é aqui que muitos haitianos buscam um novo recomeço. Devastado por desastres naturais e por crises políticas, o país é o segundo mais pobre da América com uma renda per capita de US$ 1.690 ao ano (em torno de R$ 7,8 mil), segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI). As imigrações para o Brasil se intensificaram em 2010, após terremoto que piorou ainda mais as condições sociais, sanitárias e econômicas do país.
De acordo com a Polícia Federal, aproximadamente 93 mil haitianos entraram no Brasil entre 2010 e 2017. Somente em 2019, mais de 16 mil pessoas oriundas do país caribenho buscaram estadia em nossas terras, o que representa 20,1% do total de pedidos, atrás apenas dos venezuelanos, responsáveis por 65% das solicitações.
Esses imigrantes também contribuem para formar um grupo de trabalhadores que auxiliam no crescimento da economia brasileira. Em Goiás, os haitianos representam cerca de 30% da mão de obra estrangeira empregada no estado, segundo dados do Comitê da Secretaria Cidadã de 2016. Um desses trabalhadores é o servente da GPL Incorporadora, Meriles Jean Baptiste, de 37 anos, que veio sozinho ao Brasil em 2015 em busca de melhores condições de vida e, em 2018, passou a trabalhar na construtora.
“Eu nunca tinha trabalhado na construção civil, mas foi a primeira porta que abriu para mim. Todos os dias aprendo coisas novas e minha vida vai melhorando”, destaca Meriles, que ainda afirma que a maior dificuldade sempre foi o idioma. “O português é o mais difícil do mundo e cheguei sem falar nada da língua. Isso deu muitas dificuldades no início”, completa o trabalhador haitiano que fala crioulo e francês, as línguas oficiais do Haiti.
Diante dessa dificuldade em relação ao idioma, algumas empresas da construção civil têm buscado alternativas para facilitar o entendimento dos trabalhadores estrangeiros em relação às principais orientações de segurança nas obras. É o caso da GPL Incorporadora, que está adotando placas com orientações em outros idiomas para garantir a troca de informações com clareza com os estrangeiros. Segundo a coordenadora de segurança do trabalho da construtora, Danielle Alves, a ideia surgiu para diminuir o risco de acidentes nos canteiros de obras, ação que surgiu justamente diante da proximidade do Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, celebrado em 28 de abril.
“Em todas as obras temos pelo menos um estrangeiro e pensamos em algumas maneiras e ações de promover a integração deles. Uma forma é através desses informativos no idioma deles, que podem facilitar a comunicação e ampliar o cuidado no local de trabalho”, explica a coordenadora. Em apenas uma obra da construtora, o Bliss Enjoy Life, dos 37 trabalhadores contratados pela empresa, três são haitianos. “O objetivo foi justamente colocar as placas com os idiomas deles, como o crioulo, além de manter o português e incluir o inglês e o espanhol”, completa.
Danielle também afirma que o objetivo é ampliar a adoção da estratégia bilíngue para outros idiomas fundamentais para a segurança dos trabalhadores. “Também estamos pensando em traduzir alguns documentos, como os que contém normas regulamentadoras, em inglês e espanhol, para ampliar as possibilidades de leitura para os estrangeiros que venham trabalhar na empresa”, detalha a coordenadora.
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