O avanço dos recursos virtuais estão presentes no mercado imobiliário. O setor vem investindo em digitalizar projetos para facilitar a visualização à distância. Com seu smartphone, clientes e potenciais clientes podem conferir a planta 3D ou mesmo o andamento das obras. Não que isso não seja positivo. Mas, ainda assim, o contato físico com o empreendimento, inclusive com o decorado, continua sendo importante.

Prova disso é que a minoria dos negócios imobiliários são fechados à distância. A informação é confirmada através de uma pesquisa realizada pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) e Brain Inteligência Estratégica que mostra que somente 6% dos entrevistados fecharam a compra do imovel por meio virtual. O estudo sobre a Jornada do Cliente ouviu 850 brasileiros que adquiriram imóveis em 2021.

Arquiteta, urbanista e moradora do Mundi Consciente Life, da Consciente Construtora e Incorporadora, Marilia Aurea Daher conta que a visita ao decorado foi essencial para decidir qual apartamento comprar. “Eu visitei vários porque, assim, pude ter uma visualização tridimensional do ambiente e as inúmeras possibilidades de aproveitamento do espaço”,conta. 

Visita que traz experiências

De acordo com Maurício D'Angelo, gerente comercial da Consciente Construtora e Incorporadora,  a tecnologia traz uma facilidade para o processo de venda, mas não substitui a visita tradicional na maior parte dos casos. A visualização em 3D, em sua visão, funciona como um primeiro filtro para o consumidor averiguar se o imóvel, em princípio, lhe atende ou não. A tecnologia também permite a realização de reuniões para negociação, o envio de documentos, assinatura de contratos e até mesmo a realização de procedimentos cartoriais, o que é útil para quem está distante.

Mas é na visita presencial, considera Maurício, que o negócio acontece para valer. “Quando oferecemos o apartamento decorado para a visitação, vemos que aumenta bastante as chances do cliente fechar a venda”, diz. Ele avalia que essa necessidade é maior entre aqueles que irão morar no imóvel. “Por mais avançada que seja a tecnologia, as pessoas têm necessidade de sentir o ambiente, tocar no mobiliário, imaginar como será sua rotina ali dentro. A visita física gera conexão com o lugar”, observa. 

Ele também acrescenta que, em alguns casos, o consumidor tem a necessidade de ir também à própria obra para entrar no apartamento que está escolhendo para observar a altura, o isolamento acústico, a insolação, entre outros detalhes. “Por isso, é comum a gente também instalar o decorado na própria torre, quando ela está em obras avançadas”, arremata.