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Empresas mostram contínuo interesse em avançar nesse caminho. O fortalecimento da agenda ESG e o processo acelerado de inovação tecnológica que vive o setor aceleram a condução desses passos
Raphael Lafetá*
07 de fevereiro de 2023
Hoje em dia, raramente um operário passa pela construção civil sem ter uma oportunidade de elevar o nível de aprendizado e/ou qualificação. A maior prova é que apenas 0,59% dos profissionais formais atuantes no setor se declaram analfabetos – conforme consta na Relação Anual de Informações Sociais (Rais 2021), dado oficial mais recente. Esse número é 34% menor do que o verificado na Rais 2015 (0,71%); 66% do que o registrado na Rais 2001 (2,44%) e 89% do que o registrado na Rais 1988 (5,3%).
Mérito das políticas públicas, que de fato promoveram uma redução geral da taxa de analfabetismo do país, nas últimas décadas. Mas não se pode ignorar o esforço por parte das empresas, que trouxeram para si esta responsabilidade e, com o apoio de sindicatos e de entidades da sociedade civil, tiraram o setor do topo da lista das atividades com maior número de mão de obra analfabeta.
Atualmente, segundo a Rais, a construção é a quinta deste ranking em números absolutos. Na frente estão os setores de serviços (61 mil trabalhadores analfabetos), indústria (44 mil), agropecuária (32 mil) e comércio (16 mil). Ainda assim, ainda existe um universo bastante significativo, de mais de 13 mil trabalhadores que merecem atenção especial para finalmente equacionarmos essa triste realidade.
Da parte das empresas, nota-se um contínuo interesse em de fato avançar nesse caminho. O fortalecimento da agenda ESG e o processo acelerado de inovação tecnológica que vive o setor aceleram a condução desses passos.
Metas ambiciosas, alinhadas aos ODSs da ONU, têm sido assumidas por grandes companhias – que por sua vez servem de referência e encorajam as demais a fazerem o mesmo. A MRV&CO, por exemplo, anunciou a meta de zerar o número de analfabetos em seus canteiros de obras. O desafio abrange cerca de 700 funcionários, ainda sem nenhum grau de instrução, a serem convencidos da importância de ler e escrever. Para tanto, a empresa conta com o projeto Escola Nota 10, que já soma mais de 4.800 trabalhadores letrados em 10 anos. Só em 2022 a companhia criou 34 escolas próprias com essa finalidade.
Uma mostra do quanto o setor tem levado a sério essa questão e conquistado resultados altamente transformadores. A propósito, comemoramos este mês o Dia Internacional da Educação, que tem por objetivo justamente reforçar a importância do ensino no desenvolvimento da humanidade. A alfabetização, sem dúvida, é o passo primordial. Cabe a nós, portanto, enaltecer os bons exemplos que temos para que sirvam de inspiração a todos.
*Raphael Lafetá é diretor de relações institucionais e sustentabilidade do Grupo MRV&CO, que inclui as empresas MRV, Luggo, Urba, Sensia e Resia
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