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Elas já são uma em cada três compradores de imóveis e uma em cada quatro investidores na bolsa de valores
Raquel Pinho - Comunicação Sem Fronteiras
09 de fevereiro de 2021
O Brasil possui mais de 41 milhões de mulheres participando do mercado de trabalho, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Do seu suor, bilhões de reais caem para suas bolsas e movimentam o mercado. Engana-se, entretanto, quem acha que elas só gastam, além das contas de casa, com roupa, sapato e salão de beleza. Elas também estão em busca de multiplicar seus rendimentos e, para isso, aprendendo a investir.
Ano passado, elas atingiram um marco histórico: passaram a ser uma em cada quatro investidores em ações no Brasil, segundo divulgou a B3. Em setembro do ano passado, elas somavam 779.378 brasileiras atuantes. Já no mercado imobiliário, segundo dados do instituto de pesquisa Datastore, um em cada três compradores de imóveis (30%) são mulheres. Quando se trata de imóveis do Minha Casa Verde Amarela, elas são a maioria (55%).
"Percebemos que, nas classes econômicas, o anseio é a garantia de um lugar para a família, especialmente porque há uma insegurança de renda. Já nas classes mais altas, a rentabilidade também é almejada”, diz o estatístico e CEO do Datastore, Marcus Araújo.
Em Goiânia, o diretor de vendas do icônico lançamento WTC Goiânia, Marcos Henrique Santos, observou a participação feminina nas compras do empreendimento que traz bandeira internacional e a solução All In Experience: residencial, hotel, corporativo, mall, eventos e praça em um só lugar.
“No mercado imobiliário, as mulheres sempre tiveram influência na decisão na escolha do imóvel, mesmo sendo que os homens fossem os pagadores, porque tradicionalmente eram elas quem administravam a casa e sabia melhor quais eram as necessidades da família. Mas o cenário sofreu transformações e as mulheres agora entram no decorado com outros objetivos: elas estão se tornando cada vez mais compradoras com foco em obter renda com locação ou revenda”, diz.
Essa foi a busca da funcionária pública de 56 anos, Selma Maria Nascimento, que adquiriu uma sala no WTC Goiânia, o quarto de seu patrimônio. Viúva e mãe de dois filhos, ela conta que todas as suas economias estão em imóveis. “Foi uma forma que encontrei de poupar porque, como diz o ditado, dinheiro na mão é vendaval, né? Eu poderia ter viajado mais, trocado de carro mais vezes, mas não teria hoje essa segurança para mim e meus filhos”, diz.
Empresária do segmento de materiais odontológicos, Cleuzilene Gonçalves, 48 anos, também foi compradora de três unidades no WTC Goiânia, com objetivo de investimento. Casada e com duas filhas, ela conta que reserva sim o dinheiro para se cuidar mas, da mesma forma, separa parte de seu pró-labore para comprar imóveis. “Eu compro na planta e me programo para quitar até a entrega das chaves. Imóveis é palpável, ninguém te tira”, revela suas preferências.
Mercado financeiro
O planejador financeiro João Gondim comenta que o ambiente do mercado financeiro era tradicionalmente masculino, mas as mulheres têm ocupado esse espaço porque, com maior autonomia financeira, se preocupam com o futuro, com a qualidade de vida. Sócio da Real Cultura Financeira, empresa que promove a educação financeira para o público, ele conta que cresceu a procura por mulheres interessadas em aprender a investir.
“Culturalmente para o homem, buscar ajuda é sinal de fragilidade, enquanto as mulheres não têm essa barreira. Por isso, elas têm mais abertura para o aprendizado. Esse é um ponto muito positivo para que se dêem bem nesse mercado”, diz.
Ele explica que o perfil de investimentos femininos visam mais o longo prazo, justamente porque elas tem o propósito de garantir a qualidade de vida quando já não tiver tanta energia para o trabalho. “Esse é o melhor caminho no mercado financeiro para se constituir renda, porque os melhores rendimentos são pagos em longo prazo”, diz.
Ana Carolina Albernaz Rodrigues, 27, (foto) se tornou mais do que uma investidora no mercado financeiro. Ela chegou a se graduar em engenharia civil, e se tornou mestre em estruturas, mas acabou se tornando uma especialista no mercado financeiro depois de começar a estudar os investimentos para cuidar de suas próprias economias, há aproximadamente quatro anos. “Nessa época, tudo o que tinha estava na poupança. Eu me formei e comecei a me preocupar com o futuro, na necessidade de ter reservas para a aposentadoria. Passei a estudar esse mercado e descobri um mundo novo. Cheguei a dobrar as minhas economias para realizar os meus projetos pessoais e acabei mudando de atividade. Passei a ser uma planejadora financeira pessoal com o propósito de compartilhar com mais pessoas esse conhecimento”, conta.
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