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O mercado imobiliário lamentou a perda de Maguito Vilela, que assumiria a prefeitura de Goiânia neste ano. Grande era a expectativa dos empresários do setor em relação a seu novo pleito, especialmente em razão da transformação que ele estimulou em Aparecida de Goiânia durante sua gestão de 2008 a 2016. Acometido pela Covid-19, ele faleceu no dia 13 de janeiro, aos 71 anos, depois de 83 dias de tratamento das sequelas da doença
Raquel Pinho - Comunicação Sem Fronteiras
15 de janeiro de 2021
Elogiado por ter sempre uma conduta ilibada, acessível e comprometida unicamente com o benefício que um projeto traria para a cidade que administrava, empresários do mercado imobiliário consideram que Aparecida de Goiânia passou a viver um outro momento após as duas gestões de Maguito Vilela. “Ele foi um marco para a cidade”, diz o empresário imobiliário Rodrigo Neiva, da Innovar Construtora.
Em coro, empresários dizem que ele foi um grande apoiador do setor imobiliário.“Ele fazia questão de acompanhar de perto todos os projetos que propúnhamos, nos ajudava a encontrar soluções para os gargalos que surgiam”, diz o diretor da Cinq Desenvolvimento Imobiliário, José Humberto Carvalho, que lançou uma nova linha de condomínios horizontais na cidade em 2016.
Antes da gestão de Maguito, Aparecida de Goiânia levava a alcunha de cidade-dormitório. Era um município sem grande expressão, repleto de vazios urbanos, com muitos bairros sem infraestrutura de esgoto e asfalto, sendo a opção de moradia mais barata para quem trabalhava na capital.
Potencializando a posição centralizada de Aparecida de Goiânia, que está na região metropolitana e tem como principal acesso a BR-153, forte eixo de escoamento de mercadoria para o norte e sudeste do País, Maguito estimulou a vinda de indústrias e empresas para a cidade.
Como resultado, a cidade passou a ser destaque na geração de empregos e no crescimento populacional. Essa força econômica pode ser constatada com a evolução da arrecadação de ICMS do município, com salto de 296% em 2014 em relação a 2009 e de 175,08% do ICMS industrial, segundo estudo da Federação das Indústrias do Estado de Goiás.
A parceria com a iniciativa privada foi o grande combustível para que isso acontecesse, segundo ele próprio revelou durante uma visita a um lançamento imobiliário na cidade em 2019, o Global Park. "Governo nenhum dá incentivos fiscais. Ele permuta áreas, permuta incentivos por empregos”.
Atenção especial deu Maguito Vilela para os projetos imobiliários. “Ele entendia que diversificar as moradias, trazendo inclusive projetos mais qualitativos, iria ajudar as pessoas a se fixarem na cidade e ali viverem de fato, e não só dormirem” considerou José Humberto Carvalho.
Outro empreendimento que contou com esse apoio foi o ParqueAmérica, o primeiro bairro planejado da cidade, com torres residenciais, um parque e um mall de serviços. Feito pela Tropical Urbanismo, tendo como parceiros as incorporadoras GPL, Terral e EBM, o projeto lançado em 2012, teve sua importância para a cidade percebida por Maguito e se tornou um marco para o urbanismo da região. De acordo com o empresário Antônio Carlos da Costa, sócio da Tropical, Maguito foi o grande incentivador do desenvolvimento do bairro planejado. “O apoio dele e seu entusiasmo em trazer o desenvolvimento para a cidade, foram fundamentais para o sucesso do projeto”, afirma.
Em sua gestão, a cidade ganhou um novo plano diretor, obras de infraestrutura e, em especial, eixos de ligação de Aparecida de Goiânia com a capital - antes o acesso só se dava pela BR-153.
Com três projetos imobiliários para o segmento empresarial em Aparecida, sendo dois já entregues, Rodrigo Neiva considera-se uma testemunha da visão empreendedora de Maguito. Ele é integrante do grupo desenvolvedor do Antares Polo Aeronáutico, cujas obras iniciam neste ano, projeto que começou a ser desenvolvido ainda durante a gestão de Vilela. Totalmente privado, o complexo irá atender a demanda de pousos e decolagens da aviação geral e a manutenção de grandes aeronaves. A segurança jurídica do projeto irá atrair a instalação em seu entorno de uma cadeia produtiva completa voltada para atender o setor da aviação.
“Quando nosso projeto estava em fase embrionária, ele soube entender e enxergar o futuro, ver que o aeroporto seria um pontapé para uma nova vocação econômica para o município”, conta. Foi em sua gestão que foi aprovada a Lei Complementar 117/2016, tornando a região do empreendimento como sítio aeroportuário. Essa medida garantiu um crescimento ordenado para o entorno do polo aeronáutico, evitando assim que a cidade se expanda inadequadamente ao seu redor”, explica Rodrigo. Vale ressaltar que, além da posição centralizada do País, só no Centro-Oeste brasileiro estão 20% das aeronaves do Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag).
Romeu Neiva, também empreendedor do Antares, conta que conviveu com o Maguito Vilela de perto, como vizinho inicialmente, no Jardins Viena. “Ele fez questão de se mudar para a cidade que ia governar. No condomínio horizontal onde morávamos, ele sempre fez questão de participar das atividades sociais que promovíamos, como os cafés da manhã nos fins de semana, onde conversava com todo mundo, mesmo sendo um homem público. Essa mesma abertura ele levou para sua vida política, como gestor. Ele era aberto a ouvir, buscava compreender as dificuldades que lhes eram apresentadas e buscar soluções. Foi um grande líder”, afirma o empresário.
“Ele não abria mão da legalidade, mas não deixava a burocracia atrapalhar o andamento dos projetos", diz o empresário imobiliário Sérgio Araújo, um dos empreendedores do Global Park, condomínio logístico que está em obras em Aparecida de Goiânia, cuja aprovação começou no último mandato de Maguito Vilela. Ele conta que nunca se esqueceu de um momento em que Maguito chamou todos os seus secretários para fazer uma reunião de apresentação do projeto para que todos ficassem alinhados e caminhassem na mesma direção. “Como líder do município, ele abria sua agenda para conhecer os projetos, fazia intervenções importantes, chamava os secretários de área para contribuir também. Estamos todos muito pesarosos com sua perda”, complementa.
“Maguito Vilela enxergava o quanto o empreendedor era um parceiro importante para trazer emprego e renda para a cidade. Ele fazia questão de acompanhar de perto iniciativas que ele via serem relevantes e arregaçava as mangas mesmo. Muitas vezes, foi nosso interlocutor junto a órgãos federais e estaduais. Por isso, Aparecida de Goiânia teve um salto tão grande”, diz Paulo Roberto da Costa, diretor da Tropical Urbanismo, empresa que participa também do projeto do Antares Polo Aeronáutico, entre outros. Para ele, fica para Rogério Cruz, agora prefeito de Goiânia, a responsabilidade de continuar esse legado na capital.
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