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No entorno do DF, bairro em implantação valoriza elementos da cidade criativa

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Reserva do Vale, que está sendo implantado no entorno do Distrito Federal, une criatividade e tecnologia no projeto com mais de dois milhões de metros quadrados de extensão

Polyana Soares

27 de março de 2023

Quando falamos de criatividade, pensamos em pessoas criativas como grandes artistas, músicos e artesãos.  Mas e os lugares, será que eles podem receber esse adjetivo? Não só podem, como devem, almejam urbanistas e especialistas do planejamento urbano. Já existe inclusive um cidades foram reconhecidas como “cidades criativas” pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por valorizarem sua cultura, criatividade e identidade, o que se tornou uma âncora de desenvolvimento de uma economia criativa forte e diversificada.

“A cidade criativa é um lugar onde as pessoas criam soluções e oportunidades que equilibram tradição e inovação na cidade, ou seja, há inovação, mas sem descartar a tradição. A nostalgia originada pelo passado e o legado da cidade não são amarras da cidade criativa, mas pontos de partida para as mudanças e o progresso” descreveu bem Ágatha Cristine Depine, advogada, pesquisadora, mestre e doutoranda em Engenharia e Gestão do Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina. Pesquisa e escreve sobre conhecimento cívico, participação cidadã, governança nas cidades, políticas públicas, desenvolvimento sustentável e inovação urbana. 

Goiás também caminha para criar lugares assim. No entorno do DF, uma área de  56 alqueires de área, o que corresponde a 6,5 quilômetros lineares e uma área de aproximadamente 2,35 milhões de metros quadrados de extensão, está sendo desenvolvido o Reserva do Vale, com capacidade para receber 50 mil moradores. O projeto traz elementos da cidade criativa no projeto. Disruptivo, ele irá revolucionar o futuro do imóvel.

“Por sua grande dimensão, o Reserva do Vale será um bairro com vida própria. É o maior projeto imobiliário da região, que inclui condomínios horizontais, parques, street malls. Ele traz uma junção de elementos de cidade inteligente e de cidade criativa, que serão utilizadas como ferramentas para transformar a forma que as pessoas vivem, moram, convivem e consomem”, define o especialista, que é  diretor comercial do bairro planejado.

Cleberson explica que a cidade inteligente usa infraestrutura e tecnologias, como a learning machine, e outras inovações para facilitar o dia a dia dos usuários do espaço. Já a cidade criativa estimula  o engajamento com a arte, cultura, a história, a gastronomia, a música e todas as formas de arte para criar ambientes mais harmônicos e sociáveis. Ela desperta o senso de comunidade e torna os cidadãos como protagonistas do lugar. “A cultura, a criatividade e o conhecimento são matérias-primas e os únicos recursos que não se esgotam. Quanto mais utilizados, mais se multiplicam e se renovam”, diz.

A vantagem, segundo Cleberson, é que as cidades criativas tendem a ser mais inclusivas e diversas. “Tudo isso pode levar a uma maior coesão social e a uma redução das desigualdades. Porque as cidades criativas são uma forma de transformar e impactar a vida das pessoas, promovendo a cultura, a economia criativa e a inclusão social.” acrescenta. Ele lembra ainda que uma cidade criativa desperta para a economia criativa forte, que pode gerar novas oportunidades de emprego e negócios, bem como aumentar a atração de investimentos para a região.

 

Unesco

Atualmente, a UNESCO conta com uma rede de 246 cidades criativas em áreas como: artesanato; artes folclóricas, design, cinema, gastronomia, literatura, música e media arts. Algumas das principais cidades criativas do mundo incluem Buenos Aires (Argentina) na área de design, Sevilha (Espanha) na área de artesanato e artes folclóricas, e Melbourne (Austrália) na área de música.

No Brasil, também são consideradas criativas, a cidade de Recife, que recebeu recentemente o título de Cidade Criativa da Unesco,  na categoria Música. As demais cidades são: Belém (PA), Florianópolis (SC), Paraty (RJ) e Belo Horizonte (MG), no campo da gastronomia; Brasília (DF), Curitiba (PR) e Fortaleza (CE), em design; João Pessoa (PB), em artesanato e artes populares; Salvador (BA), na música; Santos (SP), no cinema;João Pessoa (PB), na área do artesanato e artes populares; e Campina Grande (PB), no campo das artes midiáticas.

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