(62) 3522-3163 | redacao@imobnews.com.br | The Prime Tamandaré Office - Rua 5, nº691, St. Oeste - Goiânia-GO
Compartilhe: | |
Após 2021 excepcional, players do mercado em Goiás preveem crescimento no próximo ano, mesmo com eleições, inflação e taxa Selic altas e Copa do Mundo
Anderson Costa - Comunicação Sem Fronteiras
06 de janeiro de 2022
Pandemia, inflação, alta de juros, aumento do custo da construção foram desafios enfrentados pelo mercado imobiliário em 2021, mas eles não foram suficientes para frear o avanço desse setor, que teve um dos melhores resultados dos últimos anos. Segundo estimativa da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio Janeiro (Ademi-RJ), o valor Geral de Vendas (VGV) no Brasil deve chegar a R$ 99 bilhões nesse ano, um crescimento de 12% em comparação com 2020. Sondagem Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apontou que o setor da construção também deverá registrar o maior crescimento nos últimos 10 anos. Isso porque a expectativa é de um crescimento de 5% no PIB (Produto Interno Bruto) do setor em 2021.
Outro número que demonstra que 2021 foi um ano histórico para o mercado imobiliário brasileiro é o de concessões de novos empréstimos para a compra da casa própria por pessoas físicas, que bateu um novo recorde. Segundo dados do Banco Central, até outubro já eram R$ 152,8 bilhões, o que superou todo o ano de 2014 com R$ 134,8 bilhões, até então o maior patamar de empréstimos imobiliários já realizados. De janeiro a outubro, mais de 284 mil novas vagas no setor, no período de janeiro a outubro de 2021, segundo relatório da Brain Inteligência Estratégica. De acordo com a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) o PIB do setor subiu de 2,5% para 4% em 2021.
No âmbito regional, o mercado imobiliário de Goiânia e Aparecida de Goiânia viveu um de seus melhores momentos da história. Até setembro de 2021, vendeu 50% a mais de imóveis (7775) em comparação com o mesmo período de 2020 (5168), um recorde desde o ano de 2014 - analisando os nove primeiros meses. Em volume de lançamentos, somente os nove meses de 2021 foram suficientes para quase superar todo o ano de 2020: foram 7760 unidades ante 7879. Em paralelo, o volume de distratos foi o mais baixo dos últimos sete anos (685). E a valorização dos imóveis chegou à casa dos 40% Os números são da pesquisa da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO).
Com a virada do ano, um novo ciclo se inicia. Como será 2022 para o mercado imobiliário? A agenda promete ser movimentada com Copa do Mundo e eleições. No cenário econômico, a inflação e alta de juros continuam sendo um gargalo. Eles afetarão o setor? É sobre esses e outros temas que incorporadores e outros players do mercado imobiliário falaram à reportagem:
“O mercado imobiliário, assim como o mercado financeiro, é feito de confiança. Teremos um ano de eleições, Copa do Mundo, ainda em meio às novas cepas da Covid-19, o que irá causar insegurança no incorporador e, consequentemente, uma produção mais regulada. O crédito também vai ficar mais caro, em razão da alta da Selic, o que irá atrapalhar o consumo. Ainda assim, a demanda por imóveis continua latente e quem aproveitar essa lacuna em meio a essa movimentação econômica vai terminar 2022 muito bem.” Cleberson Marques, especialista em desenvolvimento imobiliário
“2022 será um ano de cautela. Tivemos aumento de juros, que reflete na parcela final que o cliente vai pagar, os incorporadores terão de revisar a viabilidade econômica de seus projetos. A velocidade de vendas deve diminuir. O mercado imobiliário é cíclico. Depois de um período de euforia, temos sempre as acomodações. E ainda teremos as eleições. A gente deve ter uma diminuição de lançamentos no segundo semestre por conta do cenário político que vai se desenhando. Independente de quem ganhe, a incerteza é saber como será a política econômica para 2023.” Rodrigo Lima, sócio da In Inteligência Construtiva
“Se a inflação gera a alta de juros nos financiamentos de um lado, por outro ela reforça o valor do imóvel como porto seguro. Porque o imóvel ganha da inflação, historicamente sempre foi assim. Em 2022, veremos muito esse perfil de comprador, aquele que vai aplicar seus recursos no patrimônio imobiliário para não ver suas economias corroídas pela inflação.” Guilherme Pinheiro de Lima, sócio da GPL Incorporadora
“Acho que haverá uma continuação de um forte crescimento, mesmo que num ritmo um pouco menor. Já para o segundo semestre, pode ser que a questão da eleição desfoque um pouco, mas historicamente já percebemos que a dinâmica do mercado é muito mais forte do que qualquer discussão política. Acaba que a necessidade das pessoas de comprarem uma moradia é sempre muito grande”. João Gabriel Tomé, CEO da City Soluções Urbanas
“O segmento em Goiás tem demonstrado muita maturidade e se descolado dos impactos ocasionados pelo ambiente político do País. 2022 será um ano ainda mais de valorização dos imóveis e consolidação como um dos melhores investimentos financeiros que se tem hoje no Brasil. Um imóvel, além de ser seguro, é rentável, sem falar que a demanda do mercado seguirá alta, muito em função do alto déficit habitacional que ainda temos. A Consciente Construtora acredita na aceleração da economia brasileira para os próximos anos”. Felipe Melazzo, gerente comercial da Consciente Construtora e Incorporadora
“O ano de 2022 realmente não será igual a 2021. Mas isso não quer dizer que as oportunidades serão poucas, muito pelo contrário. A incerteza mesmo será mais no segundo semestre, com a eleição. Mas o mercado e o empresariado brasileiro, em geral, já passaram por tantas crises que já aprenderam a se desprender de maiores influências do cenário político”. Juliano Junqueira, sócio da URBS One, unidade do Grupo URBS
“Os projetos de lançamentos em 2022 serão fortemente impactados pelas mudanças de comportamento impostas ou aceleradas pela pandemia. A preocupação cada vez maior das pessoas com a saúde física e mental continuará sendo determinante para revolucionar a forma como os ambientes serão projetados. São uma série de impactos que a pandemia trouxe, mas basicamente o que as pessoas pedem é que os apartamentos sejam cada vez mais parecidos com uma casa, com conexão com a natureza”. Paulo Renato Alves, sócio da Norden Arquitetura
“Mesmo com os diversos desafios: aumento dos juros, alta inflação e expectativa de queda no PIB, ainda é possível ter confiança no mercado imobiliário. Os programas de habitação popular devem crescer em função do ano eleitoral, o que já é refletido no aumento do orçamento plurianual do FGTS para o Casa Verde Amarela (CVA). A boa disponibilidade de funding no SBPE deve garantir que as taxas de crédito imobiliário se mantenham em patamares razoáveis considerando o histórico (em muitos anos tivemos crescimento no SBPE com taxa de 12% a.a.). Além disso, várias empresas realizaram IPO ou follows-on, o que resulta em saudabilidade financeira em relação aos anos anteriores, aliado ao aprimoramento de ações de governança. A expectativa de valorização nos preços é também uma boa oportunidade para a compra de imóveis. Com tudo o que foi exposto, entendemos que o setor imobiliário poderá passar com equilíbrio pelo ano de 2022”. Associação Brasileira de Incorporadores Imobiliários - Perspectiva publicada no relatório Abrainc Cenário Econômico e Mercado Imobiliário
Compartilhe: | |
Digite a senha para acessar!