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Segmento pode ser o grande carro-chefe para a recuperação da economia e geração de empregos
Reportagem: Naiara Gonçalves
02 de junho de 2020
Quando o setor da construção civil no Brasil começava a apresentar sinais de sua recuperação, veio a pandemia do coronavírus (Covid-19). O segmento foi um dos poucos que deram sinais claros de recuperação em 2019. O ano marcou a retomada do crescimento do mercado, após cinco anos seguidos de queda. O setor, que viveu uma grande crise nos últimos anos – a queda acumulada do Produto Interno Bruto (PIB) da construção de 2014 a 2018 chegou a 30% –começava a apresentar sinais de sua recuperação com crescimento do PIB em 2019 na casa dos 2% e previsão de 3% para 2020, o dobro da previsão para a expansão da economia.
“Começamos o ano bem. Com bons sinais e boas expectativas. A economia estava com indicadores positivos”, afirma o empresário do segmento, Anderson Ney Passos da Costa, sócio da Brasloc Locação de Equipamentos e Movimento Vertical, com matriz em Belo Horizonte e filiais em Goiânia e Cuiabá.
Mas a pandemia acelerou a corrida das empresas por estratégias mais assertivas. Especialistas em vendas tentam antecipar tendências, analisando as necessidades e expectativas dos clientes. E todos querem apenas uma resposta: em um cenário de crise como este, ainda existem oportunidades a serem exploradas?
Não há dúvidas de que 2020 vai ser difícil para a economia. No entanto, para Anderson, a construção civil deverá ser o grande carro-chefe para a recuperação da economia e geração de empregos, após a pandemia, para reduzir os impactos no setor produtivo, debilitado devido ao Covid-19.
“As empresas de locação, por exemplo, tem sofrido com as dificuldades e variações cambiais, pois grande parte dos insumos e equipamentos utilizados na construção são importados”, pontua. No entanto, segundo ele, a expectativa para recuperação do setor é vista positivamente. “Ela caminha de mãos dadas com os níveis de capacidade de injeção de capital tanto governamental quanto das empresas privadas. Historicamente, o nível da capacidade de endividamento financeiro das empresas do ramo estão dentro do patamar regular, o que facilita a recuperação econômica”, aponta Anderson.
O empresário faz uma outra observação relacionada à expectativa global após a crise: “A redução da dependência produtiva da China. O mundo demorou muito a perceber esta dependência gigantesca do setor industrial chinês. Este aspecto tem uma importância relevante no setor, pois nossos equipamentos são basicamente produzidos no oriente”, destaca.
Segundo Anderson, embora a construção civil seja uma área ainda bastante engessada, é preciso entender que é hora de se reciclar. A Prospecta Obras, startup que mapeia as obras em andamento no Brasil, realizou um levantamento com quase 35 mil proprietários e profissionais de obras em andamento ou a iniciar para entender suas necessidades e anseios. O estudo apontou, por exemplo, que a mão de obra é o item do setor que mais precisa ser melhorado, seguido pela diminuição da burocracia e o modelo ainda engessado do comércio.
“Novas estratégias para atingir cliente, planos em ação, ajustes de tempos em tempos e muito conhecimento sobre o setor, podem ser o caminho para encontrar grandes oportunidades mesmo em meio à crise”, conclui Anderson.
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