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Por que o mercado imobiliário continuará crescendo

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Com o fim das medidas mais restritivas de isolamento, o mercado experimentou uma explosão de vendas. Segundo o especialista, entre diversos fatores que contribuíram está a queda da taxa de juros do País, que também trouxe de volta o investidor para o mercado imobiliário

Ricardo Teixeira

22 de outubro de 2020

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a atividade imobiliária foi uma das poucas na categoria de serviços que teve crescimento no segundo trimestre de 2020 no País, 0,5% se comparado com o primeiro trimestre. Já na comparação com o mesmo trimestre de 2019, o crescimento foi de 1,4%. E isso tudo se deu apesar da queda de 9,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre deste ano, comparado ao primeiro.

Já existem diversas pesquisas setoriais comprovando o crescimento das vendas de imóveis em 2020, mesmo com o infortúnio da pandemia pela Covid-19. Nacionalmente, a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança  (ABECIP) divulgou que, de janeiro a julho, foram 197,51 mil unidades financiadas, 28,5% a mais que no mesmo período de 2019.  

No mercado local, a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-GO), mostrou que o Valor Geral das Vendas (VGV) de imóveis no primeiro semestre aumentou em 12%. Em junho, com o fim das medidas mais restritivas de isolamento, uma explosão de vendas, 66,8% a mais que no mesmo mês do ano anterior. Em julho, houveram lançamentos, que tradicionalmente não ocorria, e 41,7% de vendas a mais. 

A jornada de compra do consumidor leva cerca de um ano e meio para se concretizar., em média. É o tempo que ele precisa para fazer sua preparação financeira, maturação da ideia, pesquisa. No período de instabilidade porque passamos, em razão da pandemia, muitos anteciparam a decisão. Uma parte porque buscou um espaço mais adequado para morar, depois de passar por um período de isolamento social dentro de casa e ampliar sua percepção daquilo que estava faltando. 

Outro fator que influenciou foi a queda da taxa de juros do País, que chegou ao recorde de 2% em agosto. Cada ponto percentual a menos representa diminuição de cerca de 20% da parcela da casa própria. Embora, os bancos ainda trabalhem com uma taxa de financiamento imobiliário acima da Selic, ela vem diminuindo e a tendência que baixe ainda mais. 

O cenário de juros baixos também trouxe de volta o investidor para o mercado imobiliário. As aplicações que são remunerados a partir da taxa Selic passaram a ser pouco atrativas, algumas chegam a dar prejuízo atualmente. O ativo imobiliário levou vantagem, pela segurança que oferece, sem falar na renda da locação, que passou a ser mais interessante nesse novo contexto. 

Mas, independente dessa conjuntura, o mercado imobiliário continuará crescendo, pois sua base de sustentação é muito forte e orgânica. O Brasil terá mercado aquecido para compra de imóveis até 2040, devido demanda originada pelo crescimento orgânico da população, e continuará crescendo. Nós vivemos o bônus demográfico, que acontece quando a população na faixa etária em idade economicamente ativa, dos 15 aos 64 anos, é maior do que a população de idosos e crianças - condição que favorece o desenvolvimento. Elas se casarão, terão filhos, poderão se divorciar, verão a casa ficar grande quando os filhos forem embora. Ritmos e movimentos naturais que movimentam da demanda imobiliária.  

Ao analisarmos Goiânia, a jovem capital que completa 87 anos em 2020, percebemos que aqui essas premissas se potencializam. Sua população cresce acima da média nacional -  1,77% ante a 1,12% no Brasil, segundo dados do IBGE. Nesse ritmo, a previsão do incremento populacional até 2024 é de 166.002 habitantes na capital. Além disso, temos duas grandes âncoras econômicas, o agronegócio e a logística - que sustentam nossa economia local.

Não tenho dúvida que vamos crescer, a discussão é em qual medida ele se dará. Se a geração de emprego e renda for mantida, eu aposto em um crescimento enorme. 

 

*Ricardo Teixeira é especialista em mercado imobiliário, diretor da URBS Imobiliária

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