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Em 2022, segundo pesquisa FipeZap, 71% das pessoas que adquiriram imóvel no último ano optaram pelos usados. Especialista explica porque essa tendência deve continuar
Tainá Rocha
14 de março de 2023
Diferente de outros segmentos que estão inseguros em relação à economia brasileira e às decisões do novo governo, o mercado imobiliário tem motivos para comemorar. Mesmo em um cenário cheio de incertezas, os imóveis permanecem em alta, principalmente no segmento de revenda.
Dados da Pesquisa FipeZap Tendências do Mercado Imobiliário de 2022 mostram que 71% das pessoas que adquiriram imóvel no último ano, optaram pelos usados. Em Goiânia a situação é similar, e esse mercado de imóveis prontos consegue atender todos os tipos públicos, como explica Leandro Chaer, especialista do mercado imobiliário e um dos sócio-proprietários do Grupo URBS. “Temos um estoque relevante de revenda nos condomínios horizontais, isso inclui lotes e imóveis de luxo. Além de apartamentos de alto e médio padrão e diversos bairros.”
Números da própria URBS comprovam essa tendência de maior procura pelos imóveis usados. Nos últimos dez anos, a empresa imobiliária, uma das maiores de Goiás, registrou um salto de 1.500% no volume financeiro anual de suas operações neste segmento de revenda, passando de R$28 milhões de reais em 2012 para R$451 milhões em 2022. Para Leandro Chayer, esse crescimento se deu pela estabilidade econômica dos últimos anos, e em Goiás, pelo incremento trazido à economia pelo bom desempenho do agronegócio. “A geração de empregos em 2022 no estado de Goiás foi positiva, o que contribuiu com o aquecimento do mercado imobiliário por aqui”, explica Chayer.
Para 2023, a expectativa é de mais crescimento. Dados do Instituto de Pesquisa Datastore mostram que 30% da população brasileira tende a adquirir imóveis nos próximos 24 meses, a região Centro-Oeste aparece acima da média, com 30,98%. Chayer acredita que o investimento no mercado imobiliário é uma grande aposta para este ano, principalmente depois do destaque que este setor da economia registrou durante o primeiro ano da pandemia, em 2020. “Com a crise pandêmica, vimos que o imóvel é uma moeda forte de proteção financeira. Hoje enfrentamos um momento de insegurança devido às mudanças no cenário político no Brasil, isso traz aquela velha máxima ‘quem compra terra, não erra ", enfatiza Leandro Chaer.
Ele explica que mesmo com a desvalorização da moeda, os imóveis seguiram valorizados e como uma opção segura de investimento. “Quem investiu no mercado imobiliário obteve vantagem frente a outras aplicações, garantiu a valorização patrimonial do imóvel e o poder de compra. Isso mostra que o setor permanecerá aquecido em 2023”, pontua o especialista.
Ofertas de créditos
Mas apesar do clima de insegurança na economia, face à mudança de governo, Leandro Chayer menciona uma boa notícia para o mercado imobiliário neste começo de 2023: o Governo Federal anunciou que irá relançar o programa Minha Casa Minha Vida, o que resultará na injeção de mais crédito para financiamento de imóveis da linha econômica. “Esse programa permite parcelamentos de R$80 a R$270 e voltado para famílias com renda bruta de até 1,8 mil. Esse ano haverá novas regras e o governo deve aumentar o valor a ser subsidiado", esclarece.
Outra opção de crédito imobiliário é por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), linha de financiamento oferecida por bancos públicos e privados para financiar imóveis residenciais e comerciais. Leandro Chaer destaca que foram R$ 179 bilhões dessa fonte de recurso destinado ao financiamento de 713 mil de imóveis no Brasil, o segundo melhor resultado na série histórica. Segundo anunciou a ABECIP - Associação de Crédito Imobiliário e Poupança - o volume de recursos devem permanecer alto em 2023.
A foto do palestra - Divulgação - URBS
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