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Neste Dia dos Avós, arquiteta dá dicas de como proporcionar uma moradia segura para aqueles que nos apoiaram ao longo da vida
Dayse Luan - Comunicação Sem Fronteiras
26 de julho de 2022
Um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgado ano passado mostrou que quase um quinto da população brasileira é composta por pessoas com 60 anos ou mais. Realizada com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pesquisa indica que dos cerca de 210 milhões de habitantes do país, 37,7 milhões de brasileiros possuem essa faixa etária.
E, com o avanço da idade, é preciso adotar alguns cuidados, inclusive na moradia. Para este Dia dos Avós, celebrado em 26 de julho, a arquiteta Karla Patrícia, sócia do escritório Norden Arquitetura, em Goiânia, destaca como adaptar a residência desses que por muitos anos ajudaram a zelar pelos netinhos. “A preocupação mais imediata e mais simples de organizar numa casa é a largura da circulação entre móveis e a instalação de barras de segurança nos banheiros. Isso é facilmente alterado sem grandes investimentos”, explica.
Em relação aos móveis, a especialista ressalta que dependendo da mobilidade dos ocupantes do imóvel e da necessidade de auxílio, os móveis devem diminuir, deixando o espaço cada vez mais livre e limpo para circulação. “Evitar móveis muito baixos, com quinas e cantos vivos é uma prevenção necessária, pois com a idade avançada a pele fica muito mais fina e passível de machucados, principalmente se a pessoa tiver diabetes”, detalha.
Sobre a altura da mobília, a arquiteta também dá algumas instruções. “As prateleiras altas são muito perigosas, ainda mais se precisarem ser acessadas através de escadas, bancos e banquetas. Uma das maiores causas de mortes e invalidez de idosos se dá através de quedas”, salienta.
Também para prevenir quedas, Karla Patrícia ressalta os cuidados na área de banho. “Nos banheiros, além das barras no box e próximo a bancada e bacia sanitária, uma boa estratégia é instalar cadeiras ou bancos próprios para banho, pois isso facilita em caso de o idoso passar mal, além de ajudar na higienização das pernas e pés, evitando a perda de equilíbrio e consequente perigo de queda”, afirma.
Pisos
Trocar os pisos de uma casa é algo complicado, que envolve reforma, sujeira e demanda mais tempo, além de gastos maiores. “Uma boa forma de adaptar algumas coisas em casa é o uso de fitas antiderrapantes em locais de transição entre ambientes externos e internos, escadas e rampas. Outra questão importante é indicar onde há degraus com algum tipo de faixa de cor diferente para alertar sobre desnível”, explica Karla Patrícia.
Contudo, para aqueles que optarem por realizar uma obra de adaptação, a arquiteta também tem uma dica. “No caso do usuário poder fazer uma reforma, o piso mais indicado é o acetinado com coeficiente de atrito acima de 0,4. Pois dessa maneira, mesmo que a área esteja molhada, ela não se torna escorregadia”, complementa a especialista da Norden Arquitetura.
Iluminação
Em relação à iluminação da residência, Karla Patrícia lembra que a troca de janelas pode ser muito difícil, mas a troca de lâmpadas geralmente é eficiente. “O ideal é investir em luminárias com mais potência. Uma boa opção são os painéis de led de 30x30 ou 40x40, que tem uma boa potência de luz. Uma temperatura de cor mais neutra com 4000K é mais indicada também, nem branca demais para aumentar o cortisol e nem muito amarelada pois pode dar a sensação de pouca luminosidade”, destaca. Ainda para melhorar a iluminação ela sugere adotar cores claras nas paredes e no teto para rebatimento da luz do dia e da artificial, além de cortinas com opção de blackout e tecido fino claro, assim o usuário escolhe a quantidade de luminosidade.
Dois andares
Para imóveis com dois andares, a arquiteta ressalta que um bom corrimão fixado de forma correta na escada ajuda na sustentação e equilíbrio de quem o utiliza. “Outro ponto é usar fitas adesivas nos degraus, para facilitar a identificação de mudança de nível como uma forma de alerta, mas isso se a pessoa tiver problemas de visão. Se esse não for o caso, adesivos antiderrapantes já auxiliam”, simplifica a especialista que atua em Goiânia.
No entanto, se o idoso possui dificuldades de locomoção, utilizando objetos de apoio como bengalas e andadores, ou mesmo estiver em uma cadeira de rodas, existem duas opções. “Se o idoso for cadeirante, hoje em dia existem elevadores cápsulas que podem ser instalados em pequenos espaços, mas o investimento é grande. Já para os que não tem condições, uma opção é a instalação de um quarto na parte térrea da casa, pois isso facilita o deslocamento. Mas as opções devem ser estudadas caso a caso, dependendo da dinâmica da família”, orienta.
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