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Transformação imobiliária no Setor Oeste chega com novos empreendimentos residenciais em um dos bairros mais antigos da Capital. Renovação é importante para atrair moradias mais modernas e para atualizar atividade comercial do setor
Anderson Costa - Comunicação Sem Fronteiras
13 de agosto
De acordo com os dados populacionais mais recentes de que se tem registro, que são do Censo de 2010, entre 1991, 2000 e 2010 o número de habitantes não ultrapassou a casa dos 26 mil moradores no Setor Oeste, um um dos mais nobres e tradicionais bairros de Goiânia. Depois de viver um boom de verticalização nos anos 1980 e 1990, o número de lançamentos no setor sofreu acomodação, mas nos últimos anos, vem passando por uma significativa renovação de sua planta imobiliária, com lançamentos que trazem projetos mais modernos.
De acordo com a pesquisadora, socióloga e mestre em planejamento urbano Solange Rassi, entre os anos 1990 e 2010, o bairro passou nesses anos por uma transformação mais lenta, se comparado a outras regiões de Goiânia que experimentaram um processo de verticalização mais intenso e rápido, como Jardim Goiás, Setor Bueno e o Marista.
“Por outro lado, o Setor Oeste se tornou um bairro completo em termos de serviços, comércio, lazer etc, e tudo acessível, num raio pequeno, com as pessoas podendo, inclusive, se deslocar a pé. A área de saúde é bastante completa e os serviços e comércios, como bancos, supermercados e hipermercados, hotéis ,restaurantes. Tudo isso manteve a população moradora antiga nesse bairro”, afirma a socióloga.
Ao mesmo tempo, o bairro manteve a sua atratividade e nunca deixou de ser um bairro querido e valorizado pela população, graças a seus atributos. “É preciso lembrar que o Setor Oeste é um bairro que conta com duas praças expressivas , duas áreas verdes importantíssimas para a cidade (Lago das Rosas e Bosque dos Buritis), avenidas largas e dois eixos viários bem importantes”, comenta Solange Rassi.
Mudança na legislação
O arquiteto e urbanista Paulo Renato Alves, que nasceu e passou grande parte de sua vida no Setor Oeste, relembra que o bairro passou por um intenso adensamento nos anos 1980 e 1990. “Foi o primeiro bairro, depois do Centro, que de fato se tornou adensável em Goiânia. A implantação de habitações coletivas no Setor Oeste foi muito forte nos anos 1980, principalmente com a atuação de grandes incorporadoras vindas de fora do Estado e muita gente começou a mudar para esses prédios do Setor”, conta o especialista.
Segundo Paulo Renato, as características principais dos antigos prédios do Setor Oeste eram praticamente as mesmas: um subsolo com vagas de garagem, garagens no térreo, um playground muito pequeno, e torres que variavam de dez a no máximo 15 pavimentos. “Eram prédios, que se compararmos com os modernos projetos de hoje, estão desatualizados mas, na época, garantiam segurança, que era algo com que as famílias goianas começavam a se preocupar com o crescimento da cidade”, explica.
Atualização
Conforme explica Paulo Renato, entre o final da década de 1990 e os anos 2000, com a atualização do Plano Diretor, o Setor Oeste, assim como qualquer bairro de Goiânia passou a ter suas áreas de desaceleração do adensamento, de adensamento básico e áreas adensáveis. “A atenção do mercado voltou-se para novos bairros em desenvolvimento, como o Setor Bueno, que começava a crescer, ganhou um shopping e um parque, tinha valor de metro quadrado mais acessível. O Setor Oeste sofreu uma natural desaceleração de novas construções”, explica o urbanista.
Agora, nos últimos anos, a atenção voltou-se para o bairro novamente. Novas áreas para se construir começam a surgir fruto de um processo de substituição de imóveis que, no passado, eram casas ou sobrados residenciais que posteriormente tornaram-se comércio. “A busca por mais segurança afugentou muitas empresas que funcionavam nestas casas ou sobrados, como clínicas por exemplo. Para essas empresas passou a ser mais interessante ir para um edifício comercial, que muitas vezes oferecia um aluguel bem mais barato e muito mais segurança”, esclarece Paulo Renato. Atualmente, edifícios residenciais que trazem projetos contemporâneos e alinhados às novas necessidades das famílias começam a se inserir nessas áreas antes ocupadas pelos sobrados, que acabaram ficando ociosos.
Segundo Paulo Renato Alves, esses novos empreendimentos que chegam ao Setor Oeste, começam a atrair uma boa parte desse público mais jovem que nasceu e cresceu no bairro, mas acabou deixando o lugar justamente pela falta de edificações mais modernas, e ao mesmo tempo atende a quem já vive no bairro e quer atualizar a sua moradia. Ele também afirma que a atração de um novo público para o bairro também incentiva a atualização de toda a rede de comércio e serviços, fazendo com que o setor se modernize de forma orgânica.
“O bairro retoma sua revitalização e isso é positivo do ponto de vista de ocupação urbana, uma vez que mantém a atratividade e do bairro para abrigar uma rede de comércio e serviços mais atualizada, justamente para atender a esse novo público que está chegando ao bairro”, explica o arquiteto e urbanista Paulo Renato Alves.
Exemplo
Um exemplo dessas novas propostas de moradias para um dos mais tradicionais e bem localizados bairros de Goiânia, é o Maestro Residenza, mais recente lançamento da Innovar Construtora, feito em parceria com a WV Maldi Engenharia Incorporações e Joule Participações.
O empreendimento, que traz em seu projeto um design atemporal e o conceito de fachada 360º, com todos os lados do prédio tendo protagonismo visual, oferecerá quatro metragens distintas, sendo: 88 m² (com duas suítes), 135 m² (com três suítes); 148 m² (três suítes) e 219 m² (quatro suítes). O residencial de alto padrão contará com as mais modernas tendências de tecnologia, como vaga rotativa para carga de carro elétrico, garagens já preparadas para receber pontos de recarga de veículos elétricos, porta principal dos apartamentos com fechadura eletrônica, bicicletário com acesso controlado, área comum com sistema de automação e wi-fi, serviço de concierge, lockbox nas garagens para chaves de carros e guarda-volumes para recebimento de delivery.
O empreendimento, que tem previsão de entrega para outubro de 2024, contará com estruturas e espaços que não são encontrados na grande maioria dos prédios antigos do Setor Oeste como academia, portarias específicas para moradores, visitantes e de serviços, além de uma área de lazer bem maior. No caso do Maestro, serão dois andares inteiros dedicados aos equipamentos de lazer. No Mezanino haverá brinquedoteca, quadras, pet place, uma piscina de maior metragem, salão de festas e churrasqueira, ou seja, ambientes pensados para famílias maiores com filhos pequenos.
“Mas também atendendo a um perfil de moradores mais jovens ou casais sem filhos, o projeto traz no último pavimento um rooftop, que é uma tendência bem contemporânea. Este espaço mais sofisticado, irá privilegiar a paisagem da cidade, o lazer contemplativo, contando também com espaço gourmet e um spa, voltado para um momento de relaxamento no fim do dia ou no fim de semana”, descreve arquiteta Marina Neiva, responsável pelo planejamento de interiores do empreendimento.
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