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Vizinha do alto do Bueno, região tem se destacado pelas possibilidades de crescimento
Luiz Fernando Rodrigues
19 de julho de 2021
No passado, as pessoas diziam "laaaá no Serrinha" quando queriam se referir a algum lugar do bairro, que era um ponto distante da parte central da cidade. Mas hoje, com o crescimento urbano, o "lá" virou "cá" e a região tem se tornado a bola da vez na capital. O Setor Serrinha se encontra estrategicamente entre os setores Bela Vista, Parque Amazônia e Bueno e se destaca pelo seu território predominantemente plano, mas com o Morro da Serrinha se sobressaindo na paisagem com cerca de 890 metros de altitude e mais de 107 mil metros quadrados de área verde.
Na região, de acordo com o Mapa Urbano Básico Digital de Goiânia (MUBDG) de 2012, moram mais de 1,2 mil habitantes em uma área de 322 mil metros quadrados. Segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, o bairro teve crescimento de 8% em uma década. De 2000 a 2010, Goiânia teve um crescimento pouco superior a 19%.
O bairro tem sido destino de novos empreendimentos comerciais e imobiliários diante do adensamento populacional de seu principal vizinho, o Setor Bueno. Ainda de acordo com o censo do IBGE, esse setor já era o sexto mais populoso da capital em 1991, com mais de 25 mil habitantes. Em 2010, já ocupava a segunda posição, com mais de 39 mil habitantes.
Nos últimos anos, novos empreendimentos comerciais, como do ramo de alimentação (bares, restaurantes e conceituadas cafeterias), têm identificado esse potencial de crescimento na região e resolveram investir no setor. Um dos mais recentes é o Buteco do Zé Abílio. Fundado em 2009, no Setor Bela Vista, uma nova unidade foi aberta em 2020 no Setor Serrinha. Segundo o proprietário José Abílio Ferreira, sempre houve a vontade de abrir um novo estabelecimento no setor. “A ideia era buscar um espaço mais tranquilo e esse espaço era um dos últimos disponíveis na extensão do Alto do Bueno. A rotatividade e quantidade de pessoas que vivem e frequentam a região foi um dos pontos fundamentais para abrir esse empreendimento”, destaca Zé Abílio. Além deste tradicional bar, a região recebeu recentemente também o Garibaldi, que está atraindo a atenção do goiano.
O local se junta a outros tradicionais empreendimentos do ramo alimentício na região, como a Komiketo Sanduicheria, que está há mais de 12 anos localizada na região. Segundo o diretor da empresa, Jefferson Porto, a rede começou no setor Cidade Jardim, em 1986, mas se espalhou pela cidade rapidamente.
“A nossa estratégia sempre foi buscar lugares com bons clientes e ter mais visibilidade. Não foi diferente com o setor Serrinha, já que é uma região bem familiar, tradicional e conhecida”, destaca o diretor, que também comemora a chegada de novos empreendimentos imobiliários na região. “É um bairro que ainda está crescendo e deve atrair mais famílias, proporcionando boas expectativas para os comerciantes da região”, completa.
Segundo Danillo Ramos, presidente da regional Goiás da Associação Brasileira de Bares e Restaurante (Abrasel) o maior interesse dos empreendimentos do ramo pelo bairro é um efeito natural da ocupação imobiliária, que promove o aumento do fluxo de pessoal; aumentando, consequentemente, a busca por serviços diversos incluindo os de alimentação e lazer. Ramos acredita que a vocação do bairro Serrinha também estimula esse crescimento e modernização. “É um setor com uma vocação econômica forte, tanto na área comercial, quanto residencial. E, com a verticalização acontecendo de maneira mais intensa, cria-se um ciclo de maior atratividade ao aumentar o número de passantes”, avalia o presidente da Abrasel.
Crescimento imobiliário
O crescimento da região também tem atraído a atenção do setor imobiliário. Recentemente, a Tapajós Engenharia e a Town Incorporadora lançaram o Blume Apartments na região. Para a arquiteta da Tapajós, Dihana Kanda, o fato de o bairro já contar com uma boa infraestrutura comercial e de serviços também são condições potenciais para que o bairro cresça ainda mais. “O Setor Serrinha sempre chamou a atenção dos investimentos imobiliários por conta dessa proximidade com o Setor Bueno e apresentar uma boa via de acesso e infraestrutura completa com shoppings, farmácias, escolas, supermercados e parques”, destaca Kanda ao se referir aos parques Areião, Jardim Botânico e Vaca Brava. Ainda há a expectativa do avanço do processo de recuperação e urbanização do Parque no Morro da Serrinha, de cerca de 100 mil metros quadrados, localizado no setor homônimo.
“O Serrinha é uma região menos adensada em comparação com os bairros vizinhos e isso proporciona um arejamento maior e mais qualidade de vida para quem mora na região. Sem falar que é um bairro que tem um valor de metro quadrado mais acessível que o Setor Bueno, que é reconhecidamente um dos bairros com o valor do metro quadrado mais caro da capital. Com isso, os moradores do Serrinha têm acesso a imóveis mais baratos e, ao mesmo tempo, desfrutam de infraestrutura oferecida pelo Bueno”, completa a arquiteta.
De acordo com pesquisa da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), realizada pela Brain Inteligência Estratégica, o Setor Serrinha, juntamente com os setores Aeroporto e Pedro Ludovico, passaram a ser os bairros com mais lançamentos em Goiânia. Segundo dados da associação, o Setor Serrinha foi o quarto bairro com o maior número de lançamentos de unidades residenciais (168), em Goiânia, no terceiro trimestre de 2019. Um dos mais novos empreendimentos que será construído na região é o Blume Apartments com 33 pavimentos com metragens que variam de 112 m² com três suítes e varanda com churrasqueira a carvão; 89 m² com três suítes; 75 m² com duas suítes ou três quartos com uma suíte, ou seja, planta flexível.
Mais sobre o Serrinha
Além das instituições privadas, o bairro também é abastecido por um conjunto de serviços públicos, como a Escola Municipal Professor Trajano de Sá Guimarães e o 8º Batalhão Bombeiro Militar, localizados na divisa entre os bairros Parque Amazônia e Setor Serrinha.
O Setor Serrinha também conta com uma ampla rede de academias, salões de beleza, hipermercados clínicas veterinárias, laboratórios, consultórios e lojas automotivas. Uma delas é a escola de idiomas Skill, que chegou ao bairro ainda em 1994. “Naquele ano, já existiam algumas unidades da escola espalhadas por Goiânia, mas o Setor Serrinha também apresentava um bom crescimento populacional e, por isso, foi aberta uma unidade aqui”, destaca o administrador Paulo Chaves.
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