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Em paralelo, os imóveis econômicos apresentaram queda. Especialista explica os motivos
Laura Braga
04 de julho de 2022
Levantamento feito pela Abrainc-Fipe mostra que os imóveis de médio e alto padrão têm se destacado no crescimento de lançamentos e vendas em relação aos imóveis populares. Em números absolutos, o volume dos negócios envolvendo os imóveis econômicos ainda é maior, mas o desempenho percentual do segmento popular vem caindo, enquanto o segmento dos imóveis de médio e alto padrão vem aumentando. Conforme o estudo realizado entre março de 2021 e fevereiro de 2022, em 12 meses, o segmento de médio e alto padrão lançou 278,1% a mais que igual período do ano anterior, com 70.154 novas unidades. No mesmo segmento, as vendas tiveram uma elevação, com 30.481 imóveis, registrando uma alta de 34,4%.
Enquanto isso, os empreendimentos do Casa Verde e Amarela [antigo Minha Casa Minha Vida], foram 87.793 novos empreendimentos. O número é maior, mas estava em queda: -18,7% em relação ao mesmo período anterior. Em termos de vendas, o segmento teve 110.321 unidades vendidas nos últimos 12 meses, encerrados em fevereiro (-4,3%). Os dados referem-se ao levantamento realizado com 18 empresas associadas à ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), em parceria com a FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
De acordo com o especialista em mercado imobiliário e sócio-diretor da unidade especializada em atendimento do alto padrão, URBS Connect +, Thiago Cardoso, um dos fatores que influenciou no cenário foi a busca por melhoria na condições de moradia por parte das famílias, como reflexo da pandemia de Covid-19. “A gente teve um grande movimento de busca por espaços maiores, apartamentos com área de lazer ou casas em condomínios fechados. As pessoas ficaram mais tempo em casa e despertaram para isso. Então, houve uma corrida por lançamentos, principalmente, no segmento de médio e alto padrão”, explica
Segundo o especialista, outro fato importante foi a visão de negócios das pessoas de que os imóveis poderiam ser investimentos, diante da instabilidade do mercado financeiro. “O cliente passou a ver novamente o mercado imobiliário como uma oportunidade real de investimento, com valorização em curto prazo. Em Goiânia, por exemplo, as pessoas perceberam que ainda tem um espaço muito grande de crescimento do segmento imobiliário e essa é uma oportunidade segura”, ressalta.
Compactos de luxo
Ainda conforme Thiago Cardoso, reforçando a ideia do investimento imobiliário, outra grande febre do mercado de imóveis são os compactos de luxo. “Apesar da medida enxuta, eles não deixam de ser de luxo porque tem muito valor agregado: acabamento de alto padrão e serviços e tecnologia agregados, com valor mais acessível por ter uma metragem menor. Eles são uma alternativa para se viver com mais conforto, atendem as pequenas famílias e também tem boas perspectivas de valorização a curto prazo, uma vez que a demanda por locação é grande”, ressalta.
O sócio-diretor da URBS Connect reforça ainda que o mercado econômico deve reagir. O governo federal está criando alternativas para o segmento econômico, como a revisão dos subsídios, a manutenção das taxas de juros, entre outras medidas. Ele lembra que, em razão da alta dos insumos, o valor da casa própria vai continuar subindo, o que impactará no preço final do imóvel. “Por isso, a minha dica é que o consumidor, seja de qual for o segmento, não perca tempo, compre logo porque a tendência é que o metro quadrado seja mais valorizado daqui para frente”, finaliza.
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